Draft:Hábitos Alimentares de Animais

O hábito alimentar é a relação que os indivíduos têm com o alimento, como suas escolhas preferenciais e a forma de obtê-los. Frequentemente, os hábitos alimentares presentes nos diversos grupos de animais podem ser agrupados por tipo de ingestão, por tipo de digestão e por tipo de alimentos. Quando classificamos os hábitos alimentares pelo tipo de alimento, algumas das formas possíveis são:

Bacterivoria

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A bacterivoria é o hábito da alimentação por bactérias. Geralmente, o termo é usado para descrever seres de vida livre, heterótrofos e microscópicos, tal como nemátodas, amebas ou outros tipos de protozoários. Alguns invertebrados macroscópicos também são bacterívoros, tal como esponjas, poliquetas, alguns moluscos e artrópodes. Em geral, os bacterívoros são adaptados como predadores generalistas.

A presença de bacterívoros em amostras microbiológicas pode ser um impedidor para o crescimento de bactérias sob estudo nas culturas. Para cercar este problema, a adição de cicloheximida pode inibir seu crescimento[1], embora este composto também possa inibir o crescimento de alguns procariotos anaeróbios[2].

Coprofagia

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A coprofagia é o hábito de ingerir fezes, esse comportamento pode ser fisiológico ou decorrente de doenças metabólicas e/ou carências nutricionais. Dentre os animais ungulados, a ingestão de fezes é mais comum nos carnívoros silvestres, isso acontece porque eles são animais que têm uma alimentação desbalanceada, e as fezes servem como fonte de produtos de digestão microbiológica[3].

Scarabaeus laticollis (rola-bosta) transportando a bola de fezes

Outro animal em que a coprofagia é comum é o cachorro, a ingestão de fezes pode ocorrer, além dos motivos citados, em decorrência de um distúrbio comportamental do animal na tentativa de chamar atenção do dono. Outra situação em que isso acontece é quando cadelas recém-paridas consomem as fezes dos neonatos para higienização do ninho[3].

Por último, podemos citar os animais popularmente conhecidos como rola-bosta, eles formam bolas de fezes e as transportam para buracos onde ocorrerá a reprodução. O objetivo desses besouros é adquirir recursos para a sua prole, antes mesmo da postura dos ovos, visando aumentar a sobrevivência das larvas que não precisam se arriscar forrageando em busca de alimento[4].

Exsudativoria

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Colaptes melanochloros se alimentando do exsudato de Rauvolfia sellowii em São Paulo (foto de Prof. Dr. José Carlos Motta Júnior)

Exsudativoria é o hábito alimentar dos animais que se alimentam de exsudatos, ou seja, seiva, goma, látex e resina. Os animais que consomem exsudatos podem apresentar adaptações na dentição e musculatura que os permite perfurar as árvores e alcançar os dutos secretores. Esses animais também possuem um sistema digestivo adaptado associado a uma digestão fermentativa.

Os exsudatos são consumidos por pelo menos 69 espécies de primatas (20% das espécies de primatas em todo o mundo), principalmente aqueles que pertencem à família Calitrichidae[5]. Exsudatos são considerados fontes de carboidratos complexos, proteínas e certos minerais, sobretudo cálcio. São tipicamente compostos por polissacarídeos complexos, apresentando baixa digestibilidade para a maioria dos vertebrados, sendo necessária a fermentação por microrganismos entéricos para obtenção de sua energia após a ingestão[5].

Folivoria

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Tapirus terrestris buscando folhas para se alimentar

A folivoria diz respeito ao hábito alimentar no qual o animal consome exclusivamente folhas ou brotos foliares. O consumo dessas folhas pode ser total ou parcial a depender do animal. Em geral, animais folívoros possuem trato digestivo longo e metabolismo lento, o que permite maximizar a extração de nutrientes e energia das folhas que consomem. Também é comum a presença de relações simbióticas com bactérias que ajudam na degradação da celulose[6].

Em sua maioria os animais folívoros são mamíferos, mas essa característica não é exclusiva desses animais. Existem aves e répteis que apresentam o mesmo hábito. Foi observado em primatas folívoros, a preferência por folhas imaturas, que tendem a ter mais energia e proteína e menos fibra e compostos tóxicos do que folhas maduras. No Brasil os principais exemplos de folivoria são as preguiças, os bugios e as iguanas, principalmente na fase jovem[7].

Frugivoria

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Thraupis sayaca se alimentando dos frutos de Miconia sellowiana em Itirapina, SP (foto de Prof. Dr. José Carlos Motta Júnior)

A frugivoria é um hábito animal de consumo de frutas cruas ou produtos suculentos de plantas semelhantes a frutas, como raízes, brotos, nozes e sementes, ingerindo ou não a polpa e deglutindo a semente, sem comprometer o embrião. Muitos dos animais frugívoros são dispersores de sementes e possuem sistemas digestivos especializados para processar frutas, a dispersão das sementes para locais mais distantes resulta no benefício para as plantas[8].

As aves são o foco principal da pesquisa sobre frugivoria. Um estudo demonstrou que a extinção de aves frugívoras dispersoras de sementes pode afetar negativamente a remoção e viabilidade de sementes e, por consequência, o estabelecimento das plantas. As zonas tropicais, onde a relação de frugivoria é mais comum, seriam as mais afetadas, em detrimento das zonas temperadas[9].

Exemplos de aves dispersoras de sementes são o calau, o tucano, o aracari, a cotinga (ex. galo-da-rocha guianense) e algumas espécies de papagaios. Também, existem mamíferos, tartarugas, lagartos, anfíbios e até peixes frugívoros que dispersam sementes[9]. Um estudo de José Carlos Motta-Junior e Karina Martins estudou o lobo-guará como um importante dispersor de sementes do grupo dos mamíferos[10].

Granivoria

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Sciurus aestuans comendo uma semente (foto de Bruno Möller)

A granivoria é o hábito alimentar principal ou exclusivamente em sementes[11]. A alimentação de sementes pode ocorrer de diferentes maneiras: insetos Lygaeid sugam o conteúdo das sementes; algumas larvas de lepidópteros e coleópteros cavam e se alimentam dentro das sementes; muitos pássaros trituram sementes inteiras em moelas musculosas; roedores roem as sementes com seus incisivos; e os ungulados esmagam as sementes em seus molares[11].

Existem dois tipos de granivoros: os pré-dispersão, que consomem a semente na planta parental antes de ser dispersada, como os papagaios, macacos e os gorgulhos e os pós-dispersão, que procuram as sementes depois delas serem dispersadas, como os faisões, porcos e minhocas. Portanto, a maioria dos animais atuam de ambas as formas.

Além disso, acredita-se que a granivoria tem um papel fundamental na regeneração, capacidade de colonização e distribuição espacial das plantas. Junto a isso, granívoros têm sido sugeridos como agentes de seleção natural, por influenciarem as características das sementes e por moldarem as características da dispersão das sementes[11].

Nectarivoria

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Dacnis cayana se alimentando do néctar de Inga sessilis em Brotas, SP (foto de Prof. Dr. José Carlos Motta Júnior)

A nectarivoria é o hábito alimentar dos animais que retiram seus nutrientes e energia de uma dieta rica em néctar, com alto teor de açúcares produzidos por plantas angiospermas. Esses animais são chamados nectarívoros.

Apesar de conter pequenas quantidades de proteínas e aminoácidos[12], o néctar é severamente deficiente em minerais e vitaminas[13]. Entre os animais que nectarívoros, existem aqueles que são classificados como “ladrões de néctar”, ou seja, não exercem nenhum papel de polinizador na extração deste alimento.

Este tipo de alimentação é presente em insetos, aracnídeos, aves e mamíferos. Os animais que apresentam esse tipo de alimentação possuem um padrão de forrageamento que varia ao longo do ano e das estações[14]. A coevolução entre as angiospermas e nectarívoros é evidente em diversos grupos, tal como a longa probóscide em insetos[15] e longo bico em aves[16]. Entre os mamíferos nectarívoros, como os morcegos, existe uma diferenciação na estrutura crânio-dental[17].

Osteofagia

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Touro se alimentando de ossos, inferindo uma possível deficiência em fosfato

A osteofagia é o hábito alimentar do consumo de ossos, geralmente por animais herbívoros. A maior parte da vegetação disponível nos habitats é pobre em íons fosfato[18]. O fosfato é uma fonte rica de fósforo, que é essencial para o metabolismo energético, síntese de proteínas, sinalização celular e lactação[19].

Nos animais de hábito osteofágico, a dentição geralmente apresenta oclusão, o que torna possível a pulverização dos ossos[20]. Nos carnívoros osteófagos, a pulverização dos ossos não é possível e, portanto, os ossos são engolidos inteiramente. Isso é diferente no T. rex, que, apesar de não possuir oclusão, possuía capacidade de pulverização dos ossos devido à força, modo e anatomia de sua mastigação[21].

Polinivoria

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A polinivoria é um hábito animal de consumo seletivo de pólen, recurso rico em nutrientes produzido por angiospermas e gimnospermas, podendo ou não ignorar outras partes da flor[22]. Os animais polinívoros geralmente são agrupados em duas categorias: específicos e gerais. Os específicos exibem oligolectia, uma relação simpática com um gênero ou espécie específica de plantas com flores. Os gerais, por outro lado, são poliléticos, consomem pólen e polinizam uma ampla gama de diferentes plantas com flores e com diferentes períodos de floração[23].

Numerosas espécies de insetos (abelhas, vespas, formigas, besouros, moscas, borboletas, mariposas), ácaros, aranhas e pássaros consomem pólen como fonte de alimento. Os animais palinívoros desenvolveram várias adaptações em partes do corpo e no comportamento, tais como aparelhos bucais especializados, cabelos especializados, sistemas digestivos e padrões de reprodução e forrageamento. A partir dessas evidências sugere-se uma possível co-evolução entre as plantas produtoras de pólen e os animais consumidores de pólen[24].

Xilofagia

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A xilofagia é o termo usado em ecologia para descrever o hábito de um animal herbívoro que a dieta consiste majoritariamente ou exclusivamente de madeira[25]. Em geral, os animais xilofágicos (em sua maioria artrópodes) possuem simbiontes protozoários e/ou bactérias em seu sistema digestivo que auxiliam na quebra da celulose.

Isoptera se alimentando de madeira

Em relação aos insetos, os cupins são os principais biodegradadores da madeira, mas em uma escala, eles causam menos danos que os fungos, que utilizam materiais lenhosos tanto como abrigo tanto para a obtenção de celulose, como fonte de alimento. No Brasil, temos mais de 300 espécies de cupins, sendo que na família Termitidae alguns indivíduos são capazes de consumir a madeira, sem a presença de um simbionte intestinal, pois contam com sua própria celulase[26].

Outros organismos que utilizam a madeira como fonte de alimento são os coleópteros, com várias famílias e subfamílias com espécies xilófagas, que apresentam uma ampla faixa de degradação da madeira em diversas fases de umidade, dentre estas, as principais são Cerambycidae (vivem em diversos tipos de madeira), Scolytinae e Platypodinae (árvores vivas ou recém-abatidas); Bostrycidae (madeira em processo de secagem); Lyctinae e Anobidae (madeira seca). Os coleópteros podem causar danos diretamente a madeira, muitas espécies de besouros depositam seus ovos em árvores mortas ou recém-derrubadas, com formação de túneis, no qual as larvas degradam a madeira, contribuindo, assim, para a ciclagem de nutrientes[26].




References

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